A Faculdade de Odontologia de Araçatuba (FOA), da Unesp (Universidade Estadual Paulista Dr. Júlio de Mesquita Filho), completa 70 anos em 2024. A criação da escola de ensino superior, denominada de Faculdade de Farmácia e Odontologia de Araçatuba, se deu por meio da lei 2.633, de 30 de janeiro de 1954, após intensa movimentação de políticos locais pela sua instalação no município.
O projeto foi apresentado, justificado e defendido na Assembleia Legislativa de São Paulo pelo médico Plácido Rocha, que à época era deputado estaudal. A lei previa, no entanto, que a faculdade só poderia ser instalada a partir de 1955, condicionada à doação, ao Estado, de um terreno e edifícios necessários para o seu funcionamento.
O movimento inicial para a criação da Faculdade de Farmácia e Odontologia de Araçatuba foi liderado pelo professor Joaquim Dibo, com apoio do então proprietário da Rádio Cultura, Nicolau Fares; dos prefeitos Aureliano Valadão Furquim (1951 a 1955) e Joaquim Geraldo Corrã (1956 a 1959), além de vereadores da Câmara local.
A iniciativa contou também com o apoio dos jornais locais “Tribuna da Noroeste), “A Comarca” e “Diário de Araçatuba”, além de entidades como Associação Odontológica Regional e Associação Comercial de Araçatuba.
Em 20 de janeiro de 1955, é publicada a Lei estadual n.º 2.956, dispondo sobre o Sistema Estadual de Ensino Superior do Estado, já com a inclusão da Faculdade de Farmácia e Odontologia de Araçatuba.
Ao mesmo tempo, o então reitor da USP (Universidade de São Paulo), José de Mello Soares, editava portaria que designava uma comissão para adotar providências para o funcionamento da Faculdade. Ela era composta pelo professor doutor Paulo de Toledo Artigas (presidente) e pelos professores Francisco Degni; Carlos Aldrovandi. Zeferino Vaz e Joaquim Dibo (membros).
Em 28 de agosto de 1956, um decreto do governador Jânio Quadros nomeava o professor Carlos Aldrovandi diretor da Faculdade de Farmácia e Odontologia de Araçatuba. E, em 22 de maio de 1957, o decreto federal nº 41.557 autorizava, por fim, o funcionamento do curso de Odontologia.
Na época, foi elaborada um calendário especial, com o início das aulas previsto para o dia 10 de junho de 1957. Nesta mesma data foi criado o primeiro órgão de representação estudantil da Faculdade, o Centro Acadêmio XXII de Maio, que sete anos após a sua criação, teve sua denominação alterada para Diretório Acadêmico “Prof. Carlos Aldrovandi”.
A primeira turma de cirurgiões-dentistas da Faculdade de Farmácia e Odontologia de Araçatuba colou grau em 16 de dezembro de 1960, no antigo Cine São Francisco. Esta turma teve como Paraninfo o Presidente Jânio Quadros; como Patrono, Nicolau Fares e como Orador o acadêmico Sosígenes Victor Benfatti.
Faculdade mudou de nome e passou a integrar a Unesp
Em 30 de janeiro de 1970, de acordo com o Decreto estadual n.º 191, a Faculdade de Farmácia e Odontologia de Araçatuba passou a ter chamar Faculdade de Odontologia de Araçatuba, uma vez que o curso de Farmácia não havia sido instalado.
Seis anos depois, a Faculdade passou a integrar a Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, como Unidade Universitária do Câmpus de Araçatuba.
Curso de Medicina Veterinária foi criado em 1988
Em janeiro de 1984, a FOA deu início aos estudos sobre a viabilidade da criação de um curso de Medicina Veterinária no Câmpus de Araçatuba, a partir de solicitação da Câmara Municipal, que contava com o apoio de vários prefeitos da região, além de outros Legislativos Municipais, escolas, sindicatos, cooperativas, clubes de serviço, lojas maçônicas e comunidade local.
Em 25 de junho de 1988, o Conselho Universitário da Unesp aprovou a criação do curso de Medicina Veterinária do Câmpus de Araçatuba, que foi oficializado por meio da Resolução 41/88 e cujas atividades letivas tiveram início em 23 de fevereiro de 1990.
Programação de aniversário inclui eventos, concursos culturais e série de depoimentos
A programação de aniversário dos 70 anos da FOA teve início em agosto, com uma série de eventos. Entre as atividades, está a série de vídeos “70 anos em 70 depoimentos”, com histórias e declarações de alunos, funcionários e professores que passaram pela instituição ao longo das últimas sete décadas.
As festividades seguem até dezembro e incluem, ainda, concursos culturais, exposições, sessões solenes e outros eventos comemorativos, como reinauguração de laboratórios, almoço de confraternização e plantio da Árvore dos 70 anos.