A Polícia Federal, na manhã desta quinta-feira (21/11), em conjunto com o GAECO de São Paulo, deflagrou a Operação Abutre para apurar a prática dos crimes de estelionato, falsificação de documento público, associação criminosa e lavagem de dinheiro.
Aproximadamente 40 policiais federais estão cumprindo 2 mandados de prisão preventiva, 8 mandados de busca e apreensão nas cidades de Araçatuba Birigui, Buritama e Glicério, no Estado de São Paulo, além de Belo Horizonte (MG).
Os mandados foram expedidos pela 2ª Vara Criminal de Birigui da Justiça Estadual do Estado de São Paulo.
Investigações começaram em Araçatuba
A PF iniciou as investigações em Araçatuba, visto que recebeu informações da existência de um grupo criminoso que realizava fraudes contra seguradoras de vida, forjando vínculos trabalhistas de pessoas falecidas para acionar e receber prêmios dos contratos de seguro firmados pelas empresas vinculadas ao grupo.
As investigações demonstraram que os investigados constituíam empresas de fachada e nelas contratavam serviços de seguro coletivo de vida, junto a grandes empresas do setor.
Depois, identificavam, por meio do noticiário, pessoas falecidas em decorrência de acidentes automobilísticos e cooptavam os familiares para participar da fraude.
Com a concordância do familiar e de posse dos documentos da vítima dos acidentes, a associação criminosa registrava fraudulentamente os falecidos como empregados das empresas de fachada, constituídas em nome de familiares do líder do esquema criminoso.
Lucrativo
O esquema criminoso se mostrou extremamente lucrativo, sendo que os valores ilícitos auferidos eram integralizados pelos investigados por meio da aquisição de propriedades imóveis e veículos.
R$ 110 milhões bloqueados
A pedido da PF, a Justiça Estadual decretou, além das prisões e buscas, o bloqueio de bens e valores dos investigados no montante de aproximadamente R$ 110 milhões, bem como o sequestro do patrimônio identificado.
Hábitos Necrófagos
O nome da Operação Abutre faz alusão aos hábitos necrófagos da ave e ao modus operandi da associação criminosa, que procurava por notícia de acidentes de trânsito com resultado morte, para coaptar familiares da pessoa falecida para participar do esquema criminoso.