A Justiça Militar decretou nesta quinta-feira (5) a prisão preventiva do soldado da Polícia Militar Luan Felipe Alves Pereira, flagrado arremessando um entregador de uma ponte na Zona Sul de São Paulo. O caso ocorreu no último domingo (1º) durante a dispersão de um baile funk na Vila Clara, região de Cidade Ademar.
O policial foi indiciado após imagens mostrarem o momento em que ele empurra Marcelo, de 25 anos, de uma altura de três metros, sem que a vítima apresentasse resistência. Marcelo sofreu ferimentos leves e foi socorrido por moradores da região. Segundo seu pai, Antonio Donizete do Amaral, ele está bem, mas a família exige explicações sobre a conduta do agente.
Desde que o caso veio à tona, a Polícia Militar afastou 13 policiais que participaram da ocorrência e instaurou um Inquérito Policial Militar (IPM) para apurar os fatos. O pedido de prisão preventiva de Luan foi feito pela Corregedoria na quarta-feira (4) e atendido nesta manhã. O policial será transferido para o Presídio Militar Romão Gomes, na Zona Norte de São Paulo.
Histórico e reações
O soldado Luan Felipe já havia sido indiciado por homicídio em 2022, em Diadema, após a morte de um homem com 12 tiros em uma operação policial. No entanto, o caso foi arquivado em janeiro deste ano após o Ministério Público apontar legítima defesa durante troca de tiros.
O episódio gerou forte indignação da sociedade civil e do secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, que determinou o afastamento dos policiais envolvidos e pediu rigor na investigação. “Anos de legado da PM não podem ser manchados por condutas antiprofissionais”, afirmou Derrite em suas redes sociais.
Investigação em andamento
Além do IPM conduzido pela Corregedoria da PM, o caso também é investigado pela Polícia Civil, por meio da Central Especializada de Repressão a Crimes e Ocorrências Diversas (Cerco). A SSP confirmou que diligências estão em andamento para ouvir Marcelo e esclarecer os fatos.
A Secretaria da Segurança Pública reiterou em nota que “o agente responsável pela agressão foi ouvido e sua prisão foi solicitada à Justiça Militar”.