Araçatuba registrou 2.364 de dengue em 2024, número 137% maior do que os 997 notificados em 2023, segundo os dados da Secretaria Municipal de Saúde atualizados até a última sexta-feira, 27 de dezembro. O município também investiga uma morte suspeita por dengue hemorrágica, ocorrida no sábado, 28.
Com o aumento de casos, a cidade está em risco elevado, classificado como nível 3, para viver uma nova epidemia de dengue, com a agravante de que está em circulação o sorotipo 3 do vírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti.
A preocupação em relação ao sorotipo 3 deve-se ao fato que ele estava sem circular havia mais de 15 anos, por isso a população possui baixa imunidade em relação a ele, principalmente os mais jovens, o que eleva o risco de uma epidemia.
O vírus da dengue possui quatro sorotipos. Em Araçatuba, segundo a Vigilância Epidemiológica, os vírus circulantes este ano são o 1, 2 e 3, que ressurgiu após 15 anos, não só no município, mas no País.
A infecção por um dos vírus gera imunidade contra o mesmo sorotipo, mas é possível contrair dengue novamente se houver contato com um sorotipo diferente. Por isso, existe, ainda, o perigo da dengue grave, que ocorre com mais frequência em pessoas que já tiveram a doença e são infectadas novamente, por um outro tipo de vírus.
No último sábado, 28 de dezembro, o funcionário público municipal Wilson Alexandre de Oliveira, 54 anos, morreu com suspeita de dengue hemorrágica. Segundo a família, ele estava, iniciamente, com dengue clássica, que foi confirmada por meio de exames.
Mas o quadro evoluiu e ele precisou ser levado à UTI (Unidade de Terapia Intensiva) Santa Casa de Araçatuba, com sintomas característicos da doença na forma hemorrágica.
A Vigilãncia Epidemiológica fez a coleta de material e enviou ao Instituto Adolfo Lutz de São Paulo, para exame que vai confirmar ou não a dengue hemorrágica.
Em 2024, o município registrou duas mortes por dengue ante as quatro confirmadas em 2023.
Pronto-Socorro
Nesse domingo, 29 de dezembro, o Pronto-Socorro Municipal Aida Vanzo Dolce registrou um aumento no número de pacientes atendidos em comparação a outras datas. Foram registrados 784 atendimentos, dos quais 174 com sintomas de dengue, ou seja, 22% dos pacientes.
A dengue é uma doença grave e pode levar à morte. A melhor forma de prevenção é eliminar os focos do mosquito Aedes aegypti, transmissor da infecção, e possíveis criadouros.
Em caso de sintomas, como dor de cabeça e nas articulações e febre alta, a recomendação é procurar atendimento médico o mais rápido possível.
Principais Sintomas
- Febre alta, maior que 38ºC
- Dor no corpo e nas articulações
- Dor atrás dos olhos
- Mal-estar
- Falta de apetite
- Dor de cabeça
- Manchas vermelhas no corpo
Emergência para dengue
O aumento de casos de dengue nas últimas semanas levou o município a criar o “Centro de Operações de Emergências de Saúde Pública para Dengue e outras Arbovirores”, para fortalecer as estratégias de controle e prevenção da doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti.
Além de capacitações, a Secretaria Municipal de Saúde está realizando trabalho de campo, manejo ambiental, eliminação de criadouros, nebulização e fumacê.
Também está disponibilizando testes rápidos para todos os casos suspeitos e atividades de vigilância.
Vacinação
Apesar de o município ter recebido doses da vacina contra a dengue do Ministério da Saúde, a adesão à imunização ainda é baixa, de apenas 18,43%.
O público-alvo são crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, cuja população é de 13.107 habitantes. Deste total, no entanto, apenas. 2.416 tomaram o imunizante, que deve ser aplicado em duas doses.