Pesquisadores em todo o mundo estão em alerta diante do risco de uma mutação no vírus da gripe aviária H5N1, que poderia permitir a transmissão entre humanos e desencadear uma nova pandemia. Atualmente, o vírus está amplamente disseminado entre aves selvagens e domésticas, além de ter infectado gado leiteiro nos Estados Unidos e cavalos na Mongólia.
A preocupação aumentou após o registro de 61 casos humanos nos EUA neste ano, um número muito superior aos dois casos registrados nas Américas nos dois anos anteriores. Esses casos estão associados, na maioria, ao contato com animais infectados ou ao consumo de leite cru. A taxa de mortalidade em humanos infectados é de 30%, o que reforça a gravidade do problema.
Apesar de, na forma atual, o H5N1 não se espalhar facilmente entre pessoas, estudos apontam que uma única mutação no genoma do vírus poderia alterar esse cenário, permitindo a transmissão de humano para humano. Essa possibilidade coloca autoridades de saúde pública em estado de alerta, levando países como o Reino Unido a adquirirem milhões de doses de vacinas específicas contra o H5N1.
Mesmo sem transmissão entre humanos, o H5N1 já representa um impacto significativo na saúde animal e na economia, com potenciais interrupções no fornecimento de alimentos devido a surtos em animais de criação. Especialistas destacam a importância de integrar ações nas áreas de saúde humana, animal e ambiental para conter os riscos de novos surtos e possíveis pandemias.
Com a memória ainda fresca dos impactos da COVID-19, governos e cientistas reforçam a vigilância e os esforços preventivos para evitar que a gripe aviária H5N1 se transforme no próximo grande desafio global de saúde.