A estudante araçatubense Sabrina Ayumi Alves Shimizu, de 18 anos, é a única estudante do Estado de São Paulo a atingir a tão sonhada nota 1.000 na redação do Enem 2024 (Exame Nacional do Ensino Médio).
O resultado do Enem foi divulgado na terça-feira, 14. Ao conferir o seu desempenho na redação, a aluna ficou tão surpresa que atualizou a página duas vezes para ter certeza da nota.
O espanto, talvez, fosse desnecessário, porque não foi a primeira vez que Sabrina obteve notas altas na redação do Enem. Em 2022, conseguiu 920 pontos; em 2023, 940; e agora, atingiu a nota máxima.
O segredo para pontuações tão elevadas? Ler bastante, treinar a redação e não se prender a modelos prontos. Outra dica que ajudou muito, segundo ela, foi ler as redações nota 1.000 das edições anteriores do Exame, rol seleto do qual ela passa a fazer parte a partir de agora.
O hábito da leitura, intensificado na pandemia de Covid-19, foi essencial para a estudante ter fluidez nas ideias e obter repertório para a argumentação, o que é primordial para os textos dissertativos exigidos pelo Enem.
E, ao fazer redações semanalmente – às vezes, até mais que uma -, conseguiu desenvolver seu estilo próprio de escrever, o que é valorizado pela prova.
Turma da Mônica e séries coreanas
Outra dica é se atentar às situações do dia a dia e não se preocupar em utilizar argumentos sofisticados ou pomposos no texto. Tanto que, quando obteve 920 pontos na redação do Enem, ela usou a Turma da Mônica, de Maurício de Souza, em sua argumentação.
“Pode ser uma coisa habitual para usar, como uma notícia. No segundo ano, por exemplo, eu usei duas séries coreanas no texto”, disse. Na época, a nota obtida foi 940.
Temas, livros e referências
Ao se deparar com o tema da redação, “Desafios para a valorização da herança africana no Brasil”, a estudante ficou muito feliz, porque foi um assunto abordado frequentemente pela Escola Thathi, onde concluiu o Ensino Médio, em dezembro do ano passado.
Em seu texto, a estudante utilizou como referência a obra “Nós Matamos o Cão Tinhoso”, do autor moçambicano Luís Bernardo Honwana, que retrata a sociedade moçambicana durante a colonização porturguesa e integra a lista de literatura obrigatória da Fuvest.
Sabrina também citou filósofos contemporâneos, como Ailton Krenak e Marilena Chauí. Filosofia, aliás, está entre as suas leituras favoritas, como é o caso de “Sociedade do Cansaço”, do autor coreano Byung-Chul Han. Ela também gosta de ler distopias, romances e aventuras.
Meta é chegar à Politécnica da USP
A meta da estudante araçatubense é ingressar no curso de Engenharia de Produção da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP).
As outras opções são UFSCar (Universidade de São Carlos), UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), Unicamp e Unesp.