Risco à saúde: Biólogo sugere que pessoas evitem nadar e comer peixes do Rio Tietê

Profissional detectou microrganismo tóxico que pode causar danos à saúde da população.
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O biólogo Marcelo Oliveira, de Araçatuba (SP), sugere que as pessoas evitem o uso recreativo das águas do Rio Tietê, no município, e que não consumam os peixes obtidos por meio da pesca, pelo menos até que os órgãos competentes atestem a inexistência de riscos à saúde pública. O alerta deve-se à existência, no manancial, do microrganismo Microcystis aeruginosa, também conhecido como alga verde azulada, que é altamente tóxica.

Oliveira, que se identifica como um pesquisador autônomo, decidiu colher amostras do Tietê após a mortandade de peixes, a coloração esverdeada das águas e também a demora em identificar as causas da poluição no rio.

Juntamente com dois colegas, o biólogo levou a água coletada para um laboratório e produziu algumas lâminas com o uso de produtos químicos que ajudam a identificar melhor a estrutura de microrganismos.

Eles detectaram a presença de Microcystis aeruginosa, espécie de cyanobactéria de água doce que pode ser prejudicial à saúde dos seres humanos e de outros animais., provocando desde irritações cutâneas até danos graves no fígado.

O biólogo conta que, no dia em que coletou as mostras, conversou com pescadores e observou que alguns deles apresentavam alergia, problemas de pele que podem estar associado à má qualidade da água do rio.

“Vamos aguardar a opinião dos órgãos competentes, mas, até lá, recomendamos que as pessoas evitem nadar no rio e consumir peixes do Tietê, tendo em vista a problemática que essa espécie pode causar”, finalizou Oliveira.

O que está acontecendo?

A proliferação de cianobactérias está ligada à eutrofização — excesso de nutrientes (principalmente fósforo e nitrogênio) provenientes de esgoto e atividades agrícolas.

Além disso, as altas temperaturas da água agravam o problema, pois favorecem o crescimento acelerado das cianobactérias e reduzem a solubilidade do oxigênio na água, dificultando ainda mais a sobrevivência da fauna aquática.

Impactos ambientais:

  • Redução de oxigênio na água → morte de peixes e desequilíbrio da fauna aquática
  • Liberação de microcistina, toxina perigosa ao fígado de animais e humanos
  • Redução da biodiversidade aquática

Riscos à saúde humana:

  • A microcistina é hepatotóxica e potencialmente cancerígena
  • Água imprópria para banho, pesca e consumo
  • Intoxicações por contato, ingestão ou inalação da água contaminada

Impactos econômicos:

  • Aumento dos custos no tratamento da água potável
  • Prejuízos à pesca e ao turismo local

O que precisa ser feito com urgência?

  • Redução da carga de nutrientes no rio
  • Monitoramento contínuo da qualidade da água
  • Tratamento eficiente para remoção de toxinas
  • Reflorestamento das margens e gestão sustentável do ecossistema

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