Uma moradora de Araçatuba, de 42 anos, registrou um boletim de ocorrência por estelionato após ter o veículo apreendido judicialmente, mesmo após meses de pagamentos realizados a uma empresa que prometia renegociar sua dívida com o banco financiador. O caso foi comunicado à Polícia Civil no início da tarde de sexta-feira (2).
Segundo o relato, a vítima contratou, em junho de 2024, os serviços de uma empresa de renegociação de dívida indicada por conhecidos. A proposta era simples: realizar pagamentos mensais com valores reduzidos, enquanto a empresa intermediaria a negociação com a instituição financeira. O objetivo era reduzir a parcela de R$ 1.700,00 para cerca de R$ 1.000,00.
A mulher firmou contrato digital e iniciou os pagamentos por meio de transferências via PIX. Também foi orientada a pagar mais de R$ 800,00 em certidões negativas para suposta transferência da responsabilidade financeira. Ao todo, ela calcula ter desembolsado aproximadamente R$ 10 mil ao longo dos meses.
No entanto, em 24 de setembro de 2024, enquanto trabalhava em uma loja do comércio local, foi surpreendida com a visita de um oficial de justiça, acompanhado por um representante do banco, que apresentou uma ordem de busca e apreensão do veículo — um Kia Sportage. Segundo informado, nenhuma das parcelas do financiamento havia sido quitada desde o início do suposto acordo.
Ao entrar em contato com a empresa, a vítima foi informada de que se tratava de um erro e que o caso seria resolvido. No entanto, após duas semanas, a empresa voltou a exigir novos pagamentos mensais, mesmo com o veículo já apreendido. Indignada, a mulher se recusou a continuar depositando os valores.
Ainda de acordo com o registro policial, embora a empresa inicialmente apresentada à vítima tivesse um CNPJ sem restrições, os pagamentos mensais eram direcionados a uma instituição com nome distinto. A mulher procurou a delegacia após enfrentar problemas de saúde que a impediram de formalizar a denúncia anteriormente.
O caso foi registrado como estelionato, previsto no Art. 171 do Código Penal, e será apurado pela equipe do 4º Distrito Policial de Araçatuba. A Polícia Civil deverá investigar os responsáveis pelos pagamentos e possíveis fraudes envolvidas.