Araçatuba: Acusados de matar dono de lava jato são condenados pelo Tribunal do Júri

Réus foram condenados por homicídio qualificado e corrupção de menor; penas variam de 20 a 23 anos de reclusão em regime inicial fechado.
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O Tribunal do Júri de Araçatuba (SP) condenou os acusados de matar Ricardo Permínio dos Santos, dono de um lava jato, pelos crimes de homicídio qualificado e corrupção de menor. A condenação ocorreu no júri mais longo do ano, que começou às 9h de quinta-feira, 8, e terminou às 2h desta sexta-feira, 9, totalizando 17 horas de duração. As penas de reclusão, que variam de 20 a 23 anos, deverão ser cumpridas em regime inicial fechado.

O agora condenado Matheus Vítor de Oliveira Lagares, que executou o comerciante, recebeu pena total de 20 anos de reclusão, sendo 18 anos e 8 meses por homicídio qualificado e 1 ano e 4 meses por corrupção de menor, já que houve a participação de um adolescente no crime.

Já Caio Moreira Vaccas, mandante do crime, teve pena de 23 anos de reclusão, sendo 21 anos por homicídio qualificado e 2 anos por corrupção de menor.

Os dois foram denunciados pelo promotor de Justiça Adelmo Pinho, que não irá recorrer da sentença. O Tribunal do Júri foi presidido pelo juiz Carlos Gustavo de Souza Miranda. A defesa de Lagares e Vaccas foi feita pelos advogados Daniel Madeira e Rodrigo Rister, respectivamente.

O Crime

O crime ocorreu no dia 6 de julho de 2021, no lava jato da vítima, localizado atrás de um posto de combustíveis, na avenida Brasília, e segundo o Ministério Público, foi motivado por uma dívida, no valor de R$ 1 mil.

Para viajar com a família, a vítima pegou o dinheiro emprestado com Caio Vaccas, que atuava como agiota. Foi ele quem deu a ordem para matar o dono do lava jato, após várias tentativas de reaver a quantia, conforme a denúncia do MP.

Matheus Lagares, por sua vez, era o cobrador das agiotagens e cumpriu a ordem de executar a vítima, com a colaboração de um adolescente, que foi pilotando a moto que levou o autor do homicídio até o estabelecimento da vítima, onde o crime foi consumado.

Conforme os autos do processo, os dois condenados estiveram no local do crime meses antes do homicídio, para fazer nova cobrança. Houve uma discussão e o dono do lava jato desferiu um tapa no rosto do autor do homicídio, que o ameaçou de morte.

Meses depois, a vítima foi executada, em seu estabelecimento. O assassino desferiu vários tiros contra ela, que chegou a ser socorrida, mas não resistiu e acabou falecendo.

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