Cia Vem Vento, de Araçatuba, encerra turnê do espetáculo “Mães em Obra” no Ceará

Comédia circense que aborda os desafios da maternidade passou por sete cidades cearenses, ganhando destaque nacional.
Luana Carvalho e Neusinha Pereira dão vida às personagens Magalina e Cecigona - Foto: Bill Marques
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Em sintonia com o Mês das Mães, o espetáculo circense “Mães em Obra”, da Cia Vem Vento, de Araçatuba (SP), finalizou na primeira semana de maio a turnê por sete cidades do Ceará. A peça, que mistura palhaçaria e reflexões sobre os desafios da maternidade, passou por Fortaleza, Guaiúba, Caucaia, Horizonte, Aquiraz, Pacajus e Chorozinho, levando apresentações gratuitas a comunidades com pouco acesso à cultura.

Ao todo, cerca de 2.800 espectadores prestigiaram as apresentações no Ceará, e 175 crianças e adolescentes das comunidades participaram das oficinas gratuitas de iniciação à palhaçaria.

O espetáculo e as oficinas fazem parte de um projeto selecionado pelo Circuito Funarte de Circo Carequinha 2023, com realização da Fundação Nacional de Artes (Funarte), Ministério da Cultura e Governo Federal.

A turnê no Ceará reforçou o compromisso com a democratização do acesso à cultura e evidencia como o circo e o teatro seguem sendo poderosas  ferramentas de empatia e transformação.

Circo e maternidade

Leve e divertido, “Mães em Obra” usa a linguagem do circo para falar do universo da maternidade com muito bom humor e sensibilidade. Através de técnicas circenses e cômicas, o espetáculo retrata os dilemas enfrentados por duas mães-palhaças, Magalina e Cecigona, em relação ao puerpério, a amamentação, o cansaço extremo e a cobrança por ser uma mãe perfeita.

Com direção de Flávio Estevão, o espetáculo encanta não apenas pela arte circense, mas também pelo acolhimento e empatia com que retrata o ato de maternar.

Primeira experiência

Para muitas das pessoas que assistiram à peça, essa foi a primeira experiência com o teatro e artes circenses de forma geral. Em localidades onde o acesso à cultura ainda é limitado, a iniciativa representou um ato de inclusão e democratização do acesso à arte e à cultura.

“Eu gostei de tudo no espetáculo e achei engraçado. Em algumas cenas, lembrei da minha mãe e aprendi que todos devem ajudar as mães”, destaca Heitor, de 10 anos, que assistiu a peça no Pavilhão Atlântico, na comunidade do Poço da draga, durante o evento de comemoração dos 26 anos do Dragão do Mar.

Improvisação e incentivo

Para os artistas, a ação foi uma oportunidade de conhecer mais sobre a arte das improvisações circenses e incentivar novos talentos na arte.

“Foi uma emoção muito grande levar o espetáculo para o Ceará. O público foi muito caloroso. O espetáculo vem muito das nossas vivências. Eu, por exemplo, sou mãe de um filho e uma filha pequenos. Muitas vezes, enquanto eu trabalhava meus filhos participavam da montagem e também assistiam ao espetáculo. Então, o trabalho é muito gratificante, mesmo com o peso que a maternidade exige da gente. A gente brinca com a realidade, fala sobre a visibilidade materna e dá voz às mães”, afirma Luana Carvalho, atriz, palhaça e produtora cultural, que interpreta Magalina.

Troca com a plateia

Ela afirma que a palhaçaria depende muito da resposta local e houve uma troca muito rica com as plateias. “Então, foi uma experiência maravilhosa e esperamos retornar com novos espetáculos para o Ceará e outras regiões do Nordeste”, contou Luana, emocionada.

Com o compromisso de tornar a arte verdadeiramente acessível, todas as apresentações contaram com interpretação em Libras, garantindo que todos pudessem vivenciar a experiência.

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