Santa Casa de Araçatuba dobra número de angioplastias e começa a reduzir fila

No período de janeiro a abril, foram realizadas 224 angioplastias contra 100 no mesmo período em 2024.
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O Serviço de Cardiologia Intervencionista da Santa Casa de Araçatuba (SP), unidade de referência para os 40 municípios da região, mais que dobrou a quantidade de angioplastia, uma das principais demandas da unidade especializada em diagnóstico e tratamento de doenças cardiovasculares. No período de janeiro a abril, foram realizadas 224 angioplastias contra 100 no mesmo período em 2024.

O procedimento, que consiste na desobstrução de artérias estreitadas ou bloqueadas, geralmente devido ao acúmulo de placas de gordura, é uma das principais demandas do serviço.

O aumento de 124% foi possibilitado por uma repactuação realizada pela Secretaria Estadual de Saúde com a Santa Casa, aumentando a cota de 23 angioplastias/mês para média de 60/mês.

“Essa repactuação ampliou bastante nossa cota e agora estamos conseguindo fazer mais procedimentos por mês, diminuindo um pouco essa fila que é muito grande, enorme”, define o coordenador do serviço, o cardiologista intervencionista Leonado Alves Batista. 

Dos pacientes atendidos no primeiro quadrimestre do ano, ao menos 30% estavam na fila em períodos que variavam de 4 a 8 meses. Também existem pacientes que estão há mais tempo.

“Meu irmão está na fila há quase um ano. Ele já colocou dois stents, mas precisa de mais dois. Como estão chamando pacientes da fila, quem sabe ele venha logo”, afirmou Paulo Henrique Pereira Valadão.

Morador de Penápolis, Paulo fez angioplastia na semana passada para colocação de dois stents, procedimento que teve a necessidade detectada há quatro meses após um infarto. “Tive medo de não ser chamado a tempo”, disse o paciente enquanto era preparado para fazer a tão esperada e necessária angioplastia. “Também estou sentindo um medinho, né? Afinal, é um procedimento, mas o doutor Leonardo é um bom médico. Ele já tratou da minha mãe, do meu pai e do meu irmão que também infartaram e agora chegou a minha vez”, afirmou.

O paciente disse que ficou emocionado quando o Serviço de Hemodinâmica ligou para chamá-lo. “Vai ficar tudo bem para eu aguentar mais um pouco. Mais uns 50 anos, tá bom”, disse o paciente em um momento de descontração.

O hospital tem estrutura para acelerar a fila de angioplastia eletiva, ou seja, em pacientes que estão aguardando em casa o momento de realizar o procedimento. Com equipamento de ponta e equipe especializada que atua com os cardiologistas intervencionistas Leonardo Alves Batista, Humberto Sanches e Bruno França, o Serviço de Cardiologia Intervencionista da Santa Casa de Araçatuba está capacitado para mais pacientes eletivos.

“O problema é a nossa limitação de leitos; o hospital está sempre cheio e os pacientes que fazem angioplastia precisam ficar internados por no mínimo um dia. Estamos gerenciando uma solução para essa logística”, explica Alves Batista.

Ele também aponta a expressiva demanda por angioplastias de urgência e emergência, ou seja, de pacientes que infartam e precisam do procedimento de imediato. Pacientes em urgência e emergência representam aproximadamente 90% de todas as internações realizadas pela Santa Casa.

Retomada de eletivas

A retomada de atendimentos eletivos na especialidade cardiovascular não é única. Um reajuste no teto financeiro concedido pelo Ministério da Saúde que o hospital começou a receber em fevereiro deste ano e um aporte de R$ 5,6 milhões repassado no mês de março pela Prefeitura de Araçatuba possibilitaram à Santa Casa ajustar serviços médicos e garantir abastecimento de medicamentos e insumos cirúrgicos para iniciar a movimentação da fila de cirurgias eletivas de pacientes urológicos e de oftalmologia.

A nova equipe do Serviço de Urologia, por exemplo, mantém a meta de realizar 60 cirurgias eletivas por mês. Neste mês de maio, o Serviço de Oftalmologia realizou mutirão que tirou 130 pacientes da fila de espera por cirurgias de catarata e pterígio.

A repactuação  efetivada pela Secretaria Estadual de Saúde na  especialidade cardiovascular, também está movimentando filas de espera por procedimentos cirúrgicos da especialidade.

No período janeiro a abril foram realizados 31 procedimentos eletivos, dentre revascularizações (implantação de ponte de safena) e implantes de prótese valvar ( substituição de uma ou mais válvulas cardíacas danificadas por próteses artificiais).

“Agora precisamos aumentar também a cota de cateterismo e estamos trabalhando para conseguir”, informa Alves Batista.

O cateterismo é um procedimento médico amplamente utilizado, especialmente em cardiologia, para diagnosticar problemas cardíacos. Um cateter é introduzido em um vaso sanguíneo, geralmente por meio de uma artéria na virilha ou no punho, e guiado até o coração ou outros vasos sanguíneos.

No período de janeiro a abril, o Serviço de Cardiologia Intervencionista da Santa Casa de Araçatuba realizou 492 cateterismos.

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