Uma mulher de 54 anos, moradora do bairro Antônio Pagan, em Araçatuba (SP), procurou a delegacia na manhã desta quinta-feira (29) após receber ligações telefônicas com ameaças, extorsão e ofensas. As ligações foram realizadas por um número privado, e o autor se identificou, indiretamente, como integrante de uma facção criminosa.
Segundo o boletim de ocorrência registrado na 2ª Delegacia de Polícia, a vítima relatou que o autor da chamada mencionou informações pessoais sobre ela e afirmou saber de uma suposta colaboração sua com a polícia na investigação do homicídio ocorrido nas primeiras horas do mesmo dia, envolvendo um jovem identificado apenas pelo prenome Kelvin.
Durante a ligação, o indivíduo insinuou que, caso estivesse “caguetando”, a residência da vítima seria incendiada pelos integrantes da facção. Muito abalada, a mulher negou qualquer envolvimento com o caso e informou que não possui câmeras de segurança em casa, pois as anteriores foram danificadas por um raio. O autor então mencionou uma suposta dívida deixada pela vítima do homicídio, no valor de R$ 700 mil, e questionou se ela poderia contribuir financeiramente.
A mulher recusou qualquer ajuda e explicou que enfrenta dificuldades financeiras. Após encerrar a chamada, recebeu uma nova ligação do mesmo número, desta vez com ofensas verbais, o que a fez desligar novamente. Assustada e temendo por sua segurança e de seus familiares, decidiu procurar a Polícia Civil para formalizar a denúncia.
O caso ocorreu poucas horas depois da morte de um jovem de 23 anos no mesmo bairro. A vítima foi atingida por disparos de arma de fogo e morreu no local. Porções de drogas foram encontradas nas proximidades do corpo, e a polícia investiga possível relação com o tráfico.
A Polícia Civil abriu inquérito para apurar tanto o homicídio quanto o episódio de ameaça relatado pela moradora. O conteúdo das ligações e a possível ligação entre os fatos serão analisados pelas autoridades.