O empresário Paulo Cupertino foi condenado nesta sexta-feira (30) a 98 anos de prisão por matar a tiros o ator Rafael Miguel, de 22 anos, e os pais do jovem, João Alcisio Miguel, de 52, e Miriam Selma Miguel, de 50. O crime ocorreu em 2019, na zona sul de São Paulo, e foi motivado pela desaprovação de Cupertino ao relacionamento da filha, Isabela Tibcherani, com o ator.
A sentença foi proferida pelo juiz Antonio Carlos Pontes de Souza, da 1ª Vara do Júri da Capital, com base na decisão de sete jurados — quatro homens e três mulheres — que, de forma unânime, consideraram o réu culpado por triplo homicídio duplamente qualificado: por motivo torpe e mediante recurso que impossibilitou a defesa das vítimas. A pena deverá ser cumprida em regime fechado.
Durante o julgamento, realizado no Fórum Criminal da Barra Funda, em São Paulo, o réu optou por responder apenas às perguntas de sua defesa. Ele negou o crime, alegando que apenas presenciou os corpos após os disparos e que fugiu do local por medo de represálias. As câmeras de segurança, no entanto, registraram sua presença no local do crime e sua fuga imediata, o que sustentou a acusação do Ministério Público.

O promotor Rogério Zagallo destacou a gravidade do caso, reforçando que as mortes de três pessoas da mesma família exigem uma resposta firme da Justiça. Já a defesa de Cupertino tentou sustentar a tese de ausência de provas concretas e pediu a nulidade do processo, mas os argumentos foram rejeitados pelo juiz.
Durante os dois dias de julgamento, foram ouvidas sete testemunhas, incluindo a filha e a ex-esposa de Cupertino, que afirmaram em plenário que ele foi o autor dos disparos. Ao fim do julgamento, houve comemoração por parte dos familiares das vítimas. Dois corréus do processo, acusados de auxiliar na fuga do empresário, foram absolvidos.
Após o crime, Paulo Cupertino permaneceu foragido por quase três anos, sendo preso somente em 2022. Atualmente, ele está detido preventivamente no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Guarulhos, na Grande São Paulo.