Júri decide destino de acusado de matar “Junin Lancheiro”, em Birigui

MP caracterizou o crime como homicídio duplamente qualificado: por motivo fútil e pelo uso de recurso que dificultou a defesa da vítima
Junin Lancheiro foi morto na madrugada do dia 10 de março de 2022, em um bar localizado no bairro Jardim Pérola
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O Tribunal do Júri de Birigui (SP) decidirá nesta quinta-feira, 5, o destino de Lucas Matheus de Lima Queiroz, réu no processo que investiga a morte de Eurico Valentim do Nascimento Júnior, conhecido como “Junin Lancheiro”. O julgamento, marcado para as 9h no Fórum da cidade, será presidido pela juíza Moema Moreira Ponce Lacerda, com o promotor Rodrigo Mazili Marcondes representando o Ministério Público.

O homicídio ocorreu na madrugada de 10 de março de 2022, por volta das 2h30, no estabelecimento “Bar Revoada”, localizado na Praça Raul Cardoso, no bairro Jardim Pérola. O caso causou comoção na comunidade local pela violência e circunstâncias do crime.

De acordo com o inquérito policial, a vítima chegou ao local em estado alterado, possivelmente sob efeito de entorpecentes e medicamentos controlados. Após consumir bebida alcoólica, Eurico teria se aproximado do acusado e iniciado uma discussão, proferindo frases provocativas e questionando se Lucas portava arma.

Testemunhas relataram que, durante o confronto verbal, Lucas sacou uma arma de fogo e disparou contra o rosto da vítima a curta distância. Após Eurico cair ao chão, o acusado teria efetuado um segundo disparo na região da nuca.

O laudo necroscópico confirmou que a morte foi causada por traumatismo cranioencefálico resultante dos projéteis.

Denúncia

Na denúncia, o Ministério Público caracterizou o crime como homicídio duplamente qualificado: por motivo fútil e pelo uso de recurso que dificultou a defesa da vítima, conforme o artigo 121, parágrafo 2º, incisos II e IV, do Código Penal.

Além da condenação criminal, a promotoria solicita a fixação de indenização mínima aos familiares do lancheiro.

Defesa

A defesa de Lucas, conduzida pelo advogado Jeronimo Junior, contesta a acusação alegando inconsistências nos depoimentos das testemunhas e questionando a autoria do crime.

“O caso apresenta complexidades e contradições nos relatos. O acusado não conhecia a vítima, que chegou ao estabelecimento visivelmente alterada e teve comportamento provocativo. Havia outras pessoas no local quando os disparos foram ouvidos”, argumenta o defensor, que sustentará a tese de que seu cliente não participou da execução.

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