Uma moradora de Araçatuba diagnosticada com Transtorno do Espectro Autista (TEA) nível 1, registrou um Boletim de Ocorrência contra duas vizinhas alegando perturbação constante causada pelos cães de grande porte das acusadas. O caso foi registrado na Central de Polícia Judiciária (CPJ) de Araçatuba na quarta-feira (4).
No histórico do BO, a mulher relata que reside no local desde a infância e que, além do autismo, possui doenças autoimunes e reumáticas. Atualmente afastada do trabalho formal, ela se dedica ao artesanato em casa enquanto aguarda a liberação de um benefício previdenciário, e estuda psicanálise.
A mulher afirma que vem sofrendo com o barulho excessivo provocado pelos cães de duas vizinhas. Segundo ela, os animais, quando soltos, produzem latidos muito altos e frequentes, o que lhe causa grande sofrimento devido à sua condição de autista, que a torna extremamente sensível a sons elevados.
A reclamante informou que tentou dialogar com as vizinhas para explicar sua situação, mas alega que ambas demonstraram descaso e fizeram comentários depreciativos, sugerindo que ela deveria “tratar seu autismo” ou “seu transtorno”, desconsiderando sua condição de saúde.
A mulher destaca no BO que o barulho dos cães atrapalha suas atividades diárias e agrava seu estado de saúde. Ela disse que o estresse causado pelos ruídos intensifica suas dores corporais, levando-a a fazer uso excessivo de medicação. Ela também relata que as crises decorrentes do autismo, desencadeadas por essas situações, têm gerado episódios de automutilação.
Diante dos fatos, ela registrou a ocorrência para as providências legais cabíveis e manifestou o desejo de representar criminalmente contra as vizinhas.
O caso foi registrado como perturbação do sossego e será encaminhado para a unidade policial competente.