O caminhoneiro araçatubense Josivaldo Barboza Batael, 33, ficou em estado grave, com infecção generalizada, após ser picado por uma aranha-marrom, animal venenoso que pode levar a vítima a óbito. O caso aconteceu no final de maio deste ano e ele permanece em tratamento na Santa Casa de Araçatuba (SP), onde está hospitalizado há mais de 15 dias.
A família e o próprio caminhoneiro não sabem ao certo como tudo aconteceu. A suspeita é que ele tenha sido atacado pelo animal enquanto dormia, em uma das paradas que faz durante suas viagens, geralmente, embaixo de árvores, próximo a postos de combustíveis.
Como o ar-condicionado de seu caminhão não está funcionando, ele vinha dormindo de janela aberta, o que pode facilitou a entrada do animal peçonhento. Como a picada da aranha-marrom não dói, o estrago feito pelo aracnídeo só foi percebido dias depois.
A esposa de Josivaldo, a dona de casa Isabela Cristina Carloto Martins, 28 anos, contou que o esposo passou a sentir muita dor e, durante uma semana, foi ao Pronto-Socorro Municipal Aida Vanzo Dolce. A suspeita era de uma inflamação no nervo ciático e ele foi medicado com dipirona e ibuprofeno.
A dor era tanta que ele não conseguia colocar o pé no chão. A situação se agravou com o inchaço na perna esquerda e o surgimento de bolhas com secreção amarela e mau cheirosa. No pronto-socorro, foi transferido para a Santa Casa e veio o diagnóstico: infecção generalizada.
No dia 30 de maio, quando foi internado, o caminhoneiro apresentava febre alta, confusão mental e alucinações. A infecção também atingiu um dos rins e a bexiga, além do intestino – por causa da lesão, passou a evacuar sangue e desenvolveu uma anemia. Precisou de transfusão de sangue, totalizando cinco bolsas de sangue.
A esposa de Josivaldo conta que os médicos perceberam tratar-se de picada de aranha-marrom por causa dos sintomas e lesões, complicações típicas causadas por aranhas venenosas como a marrom.

Recuperação e pedido de ajuda
O caminhoneiro permanece internado na Santa Casa. Está lúcido, mas sua perna esquerda ainda está inchada, com feridas e bolhas. A febre cessou há três dias, mas seu quadro ainda inspira cuidados. Para combater a infecção, está tomando altas doses de antibióticos. Não há previsão de alta hospitalar.
Para cuidar do esposo, Isabela deixou os filhos com a sua mãe, em Londrina (PR), mas sua preocupação é com as despesas de casa. A única fonte de renda é a de Josivaldo, que trabalha como autônomo, ou seja, não está recebendo.
Na tentativa de custear pelo menos dois meses de aluguel e as contas de água e luz, Isabela está fazendo duas rifas solidárias, para arrecadar um total de R$ 2,5 mil.
Uma delas é de um bolo e de um hidratante da marca Mary Kay e custa R$ 10,00 cada número. A outra vai sortear uma air fryer e cada número custa R$ 15,00. Os sorteios serão realizados no mês que vem.
A dona de casa afirmou que aceita qualquer tipo de ajuda, pois também não tem como trabalhar para cuidar de seu esposo. Seu PIX é (18) 99730-2046, que é o seu celular e WhatsApp.
Aranha-Marrom
A picada da aranha-marrom não dói e, por isso, muitas vezes passa despercebida. A pessoa só percebe a picada por volta de 12 a 24 horas após o acidente, quando aparecem as primeiras alterações na área atingida pelo veneno.
No local da picada podem surgir bolhas, inchaço, coceira, aumento de temperatura e necrose. Esta última ocorre devido à ação do veneno, que destrói as células da área afetada.
Também conhecida como aranha de viúva, é uma das espécies mais temidas no Brasil, devido ao veneno extremamente potente. A picada dela pode causar até falência renal, caso a pessoa não trate adequadamente. Em situações mais graves, a picada pode ser fatal.
Nos primeiros socorros, recomenda-se lavar a área com água e sabão, aplicar gelo para reduzir a dor e procurar atendimento médico rapidamente.
Na natureza, a aranha-marrom é encontrada escondida entre folhas e cascas de árvores e debaixo de pedras. Elas têm preferência por locais escuros. Durante o dia, as aranha-marrons ficam escondidas, sendo ativas durante a noite.
Prevenção
Para evitar acidentes, o Instituto Butantan recomenda algumas medidas de precaução. É importante evitar o acúmulo de entulho e lixo, manter ralos fechados e sacudir roupas e sapatos antes de usá-los. Além disso, deve-se vedar frestas em paredes e combater a proliferação de insetos.