Hacker de Araçatuba foi monitorado 561 vezes pela ABIN Paralela

Monitoramento ocorreu por meio de uma ferramenta de vigilância operada pela Agência Brasileira de Inteligência, sem autorização judicial.
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Patrick Cesar da Silva Brito, conhecido como “Hacker de Araçatuba”, foi monitorado 561 vezes entre dezembro de 2020 e fevereiro de 2021 pela chamada ABIN Paralela. O monitoramento ocorreu por meio do sistema First Mile, uma ferramenta de vigilância operada pela Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), sem autorização judicial. Esta informação consta no relatório final da Polícia Federal, encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF).

O documento indica que as consultas foram realizadas com a credencial TC01, atribuída a um servidor da ABIN. Segundo os investigadores, o rastreamento digital de Patrick foi motivado por interesses internos da agência.

A apuração revela que, em 2019, o jornalista Fabiano Golgo enviou ao servidor Marcelo Furtado, então coordenador de operações da ABIN, e-mails contendo arquivos classificados como “evidências contra Patrick”. Imagens do hacker foram encontradas em dispositivos funcionais de integrantes da agência.

Embora Patrick tenha declarado publicamente ter colaborado com a ABIN em ações de intrusão digital, a Polícia Federal concluiu não haver evidências que sustentem essa versão.

O volume de acessos e a intensidade do rastreamento indicam que ele foi alvo de ações de contrainteligência.

O relatório classifica as operações como violações de direitos fundamentais e aponta que o sistema First Mile foi utilizado para contornar a exigência constitucional de autorização judicial.

ABIN Paralela

A investigação também revelou que jornalistas, autoridades públicas e figuras políticas foram monitorados pela “ABIN Paralela”. Este grupo, segundo a PF, atuava sob influência de interesses políticos.

A situação expõe questões sobre o controle do uso de tecnologias de inteligência por servidores públicos. O caso está sob análise do STF.

Defesa

A defesa de Patrick Brito, representada pelos advogados Dr. Daniel Madeira e Dra. Karine Nakad, declarou que tomou conhecimento da inclusão de seu cliente na lista de monitoramento e considera que houve uma violação dos direitos fundamentais, incluindo privacidade e liberdade individual.

Os advogados informaram, ainda, que tomarão as medidas judiciais cabíveis e, ainda, que

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