Entidade que defende direitos das mulheres se manifesta sobre jovem morta por juiz

Thaís Bonatti morreu na madrugada de sábado, dois dias após ser atropelada por um juiz aposentado que dirigia com uma mulher nua no colo.
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A Casa Maria, associação dedicada à defesa dos direitos das mulheres e à promoção da equidade de gênero, com sede em Araçatuba (SP), se manifestou a respeito da morte da ciclista Thaís Bonatti, 30 anos, que se feriu gravemente e não resistiu aos ferimentos após ser atropelada por um juiz aposentado que dirigia uma Ford Ranger com uma mulher nua no colo.

O atropelamento ocorreu no final da manhã de quinta-feira, 24, e a jovem lutou pela vida por dois dias, na UTI Geral da Santa Casa de Araçatuba, onde acabou falecendo na madrugada de sábado, 26.

“A Casa Maria manifesta sua indignação diante dos elementos que envolvem este caso e a aparente blindagem que protege o agressor. Mesmo sob sigilo, seguiremos atentos à repercussão pública e nos somamos à dor da família, à mobilização social e à exigência coletiva por justiça”, diz um trecho da nota publicada nas redes sociais da instituição, juntamente com uma foto de Thaís.

A jovem foi sepultada no Cemitério Recanto de Paz, no bairro Rosele, em Araçatuba, sob forte comoção e sentimento de revolta dos presentes.

O caso ganhou repercussão nacional, com publicações em veículos de todo o País, como Globo, Estado de Minas, Folha de São Paulo, Editora Abril, Metrópoles, Folha da Paraíba, além de matérias na Record, Band, CNN Brasil, dentre outros.

Milhares de pessoas, em todo o Brasil, manifestaram sua indignação e prestaram homenagem à jovem, que trabalhava como auxiliar de cozinha.

Até um rap em homenagem à jovem foi disparado em grupos de WhatsApp. A autoria ainda é desconhecida, mas a música demonstra a indignação e sentimento de injustiça.

Leia a nota publicada pela Casa Maria:

“A Casa Maria lamenta profundamente a morte de Thais Bonatti de Andrade, de 30 anos, ciclista atropelada na manhã do dia 25 de julho, em Araçatuba, por um juiz aposentado que dirigia embriagado, em alta velocidade, com uma mulher nua no colo.

Thais foi internada em estado gravíssimo com traumatismo craniano e múltiplas fraturas, e faleceu na madrugada do sábado, 26 de julho. O autor do atropelamento pagou fiança de R$ 40 mil e responde em liberdade. Apenas no primeiro semestre deste ano, ele recebeu mais de R$ 700 mil em salários líquidos.

Durante a cobertura jornalística do caso, um cinegrafista da TV TEM foi agredido por um homem que acompanhava a defesa do juiz, ao registrar imagens da chegada ao Fórum de Araçatuba. O caso foi registrado como lesão corporal.

A Casa Maria manifesta sua indignação diante dos elementos que envolvem este caso e a aparente blindagem que protege o agressor. Mesmo sob sigilo, seguiremos atentos à repercussão pública e nos somamos à dor da família, à mobilização social e à exigência coletiva por justiça.”

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