A defesa do juiz aposentado que atropelou e matou a ciclista Thaís Bonatti de Andrade, 30 anos, pediu à Justiça a decretação do sigilo judicial do inquérito policial que apura o caso.
A solicitação foi feita na manhã desta sexta-feira, 1º de agosto, e é assinada pelos advogados Marcos Roberto Azevedo e Jorge de Souza.
Conforme eles, o objetivo do sigilo é proteger “integridade moral e emocional do investigado; conter a divulgação de informações distorcidas e especulativas; evitar pré-julgamentos sociais e pressões públicas; garantir a isenção e segurança da produção da prova; e proteger familiares e testemunhas de eventuais constrangimentos”.
No documento, os defensores do juiz argumentam que o inquérito policial apura fato de grande repercussão social, amplamente divulgado na imprensa e em redes sociais.
“Desde o início das observações, observa-se intenso apelo público e tentativa de antecipação de juízo por parte da mídia e de setores sociais, o que compromete não apenas o direito à presunção de inocência do investigado, mas também a serenidade necessária à apuração dos fatos”.
Os advogados afirmam, ainda, no documento, que “há, inclusive, a circulação de informações visivelmente distorcidas e desconectadas da realidade dos autos, fomentando juízos precipitados e sensacionalistas, que colocam em risco a dignidade do requerente, a integridade de sua família e a segurança da investigação”.
Os defensores também mencionam notícias sobre eventuais manifestações públicas, com a presença de diversas pessoas em frente à residência do investigado, “o que eleva a tensão e cria ambiente hostil, de perseguição e julgamento social incompatível com o devido processo legal”.
