A maioria dos usuários do transporte público de Araçatuba (SP) considera o novo terminal urbano, localizado na rua Rosa Cury, bairro São Joaquim, pior do que o anterior. Pesquisa feita entre os dias 13 e 15 de fevereiro aponta que grande parte dos entrevistados considera ruim a infraestrutura, a localização, a acessibilidade e a organização das linhas. Para 81,25%, houve uma mudança para pior com a transferência para o novo espaço.
O ponto que chama mais atenção é em relação à localização e segurança do terminal, principalmente no trajeto do Centro da cidade até o local de embarque de passageiros. Dos 32 ouvidos na pesquisa, 96,9% consideraram muito perigoso atravessar a avenida dos Araçás, que já tem histórico de acidentes, até o terminal de ônibus.
“Analisando o trajeto que eles precisam fazer, a gente observa que aumentou o risco de acidentes. E boa parte dos usuários é idosa, tem mobilidade reduzida e precisam andar mais do que caminhariam para chegar ao terminal antigo”, disse o responsável pela pesquisa, o advogado Renan Salviano, da Camargo & Salviano Consultoria e Soluções.
Outro ponto crítico é a organização das linhas dos ônibus, que 87,5% dos passageiros da TUA consideram ruim. Eles alegam que aumentaram os atrasos em comparação ao terminal anterior e parte das linhas estão localizadas fora da plataforma, o que faz com que os usuários tenham que atravessar a faixa onde os ônibus transitam para embarcar, aumentando os riscos de acidentes.
Bancos altos
Em relação à infraestrutura e acessibilidade, os principais pontos criticados foram os bancos altos, de má qualidade e em quantidades insuficientes, e também devido às linhas localizadas fora da plataforma.
A sinalização também recebeu críticas por parte de 56,25% dos usuários, pois as placas estão se desprendendo do chão e parte das indicações das linhas não está correta.
Conforme Salviano, a pesquisa foi realizada presencialmente, no próprio terminal, e foi motivada pelos problemas estruturais do local, como o afundamento da roda de um ônibus no piso, ocorrido recentemente, após um ônibus passar por uma tampa de galeria de água pluvial.
O secretário municipal de Planejamento Urbano e Habitação, engenheiro Sandro Cubas, já havia afirmado, em entrevistas, que o local havia sido inaugurado sem o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB) e sem o alvará de funcionamento. Além disso, a mangueira de incêndio, que leva água aos hidrantes, também não estava funcionando quando o espaço foi aberto, em dezembro do ano passado.
Conforme Salviano, todos os usuários entrevistados disseram não ter sido consultados sobre a mudança de local do terminal. “Ninguém foi consultado”, reiterou. A maioria diz não saber a quem a alteração interesssou (53,12%); outros 25% acreditam que o maior interessado foi o ex-prefeito Dilador Borges (sem partido).
Outros 12,51% disseram que que a parte interessada é a população e 9,37% acreditam ser a Havan, loja de departamentos localizada próximo ao terminal.
Banheiros e cobertura
Já o ponto positivo, conforme a pesquisa, são os banheiros, aprovados por 81,25% dos entrevistados, que consideram os atuais melhores do que os anteriores.
A cobertura foi citada por 68,75% dos participantes da pesquisa como boas, porque aumentou a sombra, ao longo do dia, com exceção dos fins de tarde. Elas também não são capazes de proteger a população das chuvas fortes.
