O ex-prefeito de Guzolândia, Márcio Luís Cardoso (PSD), negou ter se passado pelo atual chefe do Executivo municipal durante um evento oficial do Governo do Estado de São Paulo, no dia 3 de abril.
No entanto, imagens, relatos e até a transmissão ao vivo do evento indicam que ele acessou o palco da cerimônia — área restrita a prefeitos em exercício — e posou ao lado do governador Tarcísio de Freitas com o termo de ordem de início das obras.
A solenidade, realizada no Palácio dos Bandeirantes, anunciou a pavimentação de 15,4 km de estradas entre Guzolândia e Dirce Reis. O atual prefeito, Luiz Antônio Pereira de Carvalho, o Júnior (MDB), não compareceu porque estava em Brasília-DF cumprindo agenda institucional.
Segundo a Prefeitura de Guzolândia, no vídeo oficial da transmissão ao vivo do evento, entre 2h22min00s e 2h22min32s, o cerimonialista informa expressamente que apenas prefeitos e vice-prefeitos poderiam subir ao palco para os registros fotográficos com o governador.
Ainda assim, Cardoso, sem exercer mandato e sem legitimidade para representar o município, acessou o local restrito, tirou foto com Tarcísio e com o documento oficial — prática normalmente reservada ao representante legal da cidade.
“Usurpação de função pública”
A administração municipal afirma que o comportamento de Márcio pode configurar usurpação de função pública. O caso foi denunciado à Polícia Civil e ao Ministério Público.
Em nota de repúdio divulgada na terça-feira, 8, Márcio Cardoso afirmou que foi convidado formalmente para a cerimônia e que se identificou como ex-prefeito ao confirmar presença com o cerimonial.
“Denúncia caluniosa”
Ele classificou a denúncia como “caluniosa, difamatória e tendenciosa” e alegou estar sendo alvo de perseguição política. No entanto, ele não apresentou provas de que tenha se mantido apenas como convidado.
“Ao se posicionar em local destinado apenas a autoridades legalmente investidas no cargo, Márcio agiu de forma deliberada e com aparente intenção de se passar pelo gestor municipal, o que prejudica a transparência institucional e confunde a população”, afirmou a Prefeitura em nota.
Ministério Público
A gestão municipal disse ainda que continuará adotando medidas legais para proteger a legitimidade do cargo e os interesses da população. A representação criminal já foi encaminhada ao Ministério Público.
Em contrapartida, Márcio Cardoso registrou boletim de ocorrência contra a Prefeitura, alegando calúnia e difamação.