Dois homens foram presos temporariamente pela Polícia Civil sob suspeita de envolvimento no desaparecimento de Carmen de Oliveira Alves, estudante trans de 25 anos, em Ilha Solteira, interior de São Paulo. O caso, que inicialmente era tratado como desaparecimento, passou a ser investigado como feminicídio após o avanço das investigações.
Segundo a polícia, Carmen foi vista pela última vez ao sair do campus da Universidade Estadual Paulista (Unesp) com sua bicicleta elétrica, no dia 12 de junho. Imagens de câmeras de segurança confirmaram que ela entrou na casa do namorado, M.Y.A, mas não há registros de sua saída do local. O rastreamento do celular da vítima também indicou que ela permaneceu na cidade após o desaparecimento.
A investigação revelou que o crime teria sido motivado pelo fato de Carmen pressionar o namorado para tornar público o relacionamento dos dois, que, apesar de conhecido pela família, não era assumido socialmente. Além disso, a polícia identificou a participação de R.C, policial militar ambiental da reserva, que mantinha uma relação afetiva e financeira com M.Y.A e teria auxiliado na ocultação do corpo.
Durante as buscas, familiares, amigos e a comunidade acadêmica se mobilizaram em manifestações e campanhas nas redes sociais, exigindo respostas e mais empenho das autoridades. Foram realizadas buscas em áreas de mata próximas à universidade e ao rio da cidade, locais onde o sinal do celular de Carmen foi captado pela última vez e onde foram encontradas marcas de pneus compatíveis com a bicicleta elétrica da estudante.
A Polícia Civil segue investigando o caso, buscando localizar o corpo de Carmen e reunir novas provas. Os suspeitos negam envolvimento no crime, e a defesa do PM afirma que ele provará sua inocência.