O prefeito de Araçatuba, Lucas Zanatta (PL), manifestou-se nas redes sociais nesta sexta-feira, 18, contra a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que determinou o uso de tornozeleira eletrônica ao ex-presidente Jair Bolsonaro, dentre outras medidas cautelares. De outro lado, integrantes de partidos de esquerda defendem as restrições e as classificam como justas.
Em vídeo publicado em seu perfil, Zanatta repudiou a medida e classificou o episódio como mais um capítulo do que considera ser uma perseguição política contra o ex-presidente. Para o chefe do Executivo araçatubense, a decisão representa uma afronta ao Estado Democrático de Direito e uma tentativa de enfraquecimento político do maior líder popular do país.
O prefeito também reforçou seu alinhamento político com Bolsonaro e destacou que, na sua visão, a história irá responsabilizar aqueles que hoje se utilizam do poder para perseguir adversários.
Filiado ao Partido Liberal (PL), o mesmo de Bolsonaro, o prefeito de Araçatuba mantém posição pública favorável ao ex-presidente, sobretudo em pautas ligadas à liberdade individual, críticas ao Supremo Tribunal Federal e à defesa de princípios conservadores.
A decisão que determinou o monitoramento eletrônico de Bolsonaro foi assinada pelo ministro Alexandre de Moraes, no âmbito da investigação sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado.
Pela decisão, Bolsonaro, além de precisar usar tornozeleira, está proibido de utilizar as redes sociais. Ele precisará ficar em casa entre as 19h e as 6h, além de estar proibido de se comunicar com outros réus ou com embaixadores e diplomatas de outros países. Além disso, não poderá se ausentar da comarca do Distrito Federal.
Vereador também se manifesta
A medida provocou reações imediatas entre aliados e apoiadores do ex-presidente, que a classificam como desproporcional e motivada por viés político. Em Araçatuba, além de Zanatta, houve manifestação também do vereador João Pedro Pugina (PL).
Em seu perfil no Instagram, Pugina publicou uma foto ao lado de Jair Bolsonaro, marcou o ex-presidente, apesar deste estar proibido de acessar as redes sociais, e escreveu: “Verás que um filho teu não foge à luta”, numa referência a um trecho do Hino Nacional, e “O povo brasileiro está ao seu lado”.
Em outra postagem, Pugina disse que “enquanto corruptos são absolvidos, Bolsonaro é alvo de um cerco sem precedentes. O delegado da Polícia Federal responsável pelo caso Adélio – que até hoje seguem sem resposta concreta – foi alçado ao cargo de diretor de inteligência da PF no governo Lula”.
Opositores criticam posicionamento do prefeito e defendem STF
De outro lado, opositores consideram correta a decisão do STF. “O Partido Comunista do Brasil ( PCdoB) de Aracatuba , saúda a decisão só STF de colocar tornozeleira no traidor da Pátria, golpista, corrupto, que permitiu a morte de 700 mil pessoas , entre outras coisas, para evitar a fuga desse criminoso. Bolsonaro, além de tudo o que fez ao país, se posicionara a favor do Trump que quer submeter nosso país ao EUA”, escreveu o presidente local do PCdoB, Marcos Francisco Alves.
Ele acredita que o STF aplicou a Constituição Federal ao impor medidas restritivas ao ex-presidente. “Aqueles/as que pedem invasão ao país, apoiam ataques à nossa soberania etc devem ser penalizados. Se fossem norte- americanos, ganhariam pra de morte. Aqui, tornozeleira e logo, cadeia”, disse.
Alves também criticou o vídeo de Zanatta em defesa de Bolsonaro. “Também é bom ressaltar o vídeo do prefeito de Araçatuba, como o esperado, se coloca ao lado de traidores/as, corruptos/as, golpistas etc. Que os desavisados/as ou os de boa fé; saibam o que esta cidade enfrentará”.
O presidente do PSOL de Araçatuba, professor Matheus Lemes, também se manifestou por meio de suas redes sociais. “Depois de afundar o país na pandemia, atacar as urnas eletrônica, flertar com o golpe de Estado e, agora, tentar chantagear o Brasil via Trump, parece que a Justiça brasileira finalmente vai bater à porta de Jair Bolsonaro. Já não era sem tempo”.
Lemes também criticou a manifestação de Zanatta. “Que tal focar no cargo para o qual foi eleito – justamente pelas urnas eletrônicas que o seu ídolo tentou desacreditar?”, escreveu.