Lucas Zanatta não terá fotos nas repartições municipais

Prefeito não quer sua foto estampada nas paredes dos órgãos públicos.
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Todo início de mandato é assim. O novo prefeito é fotografado solenemente, de terno e gravata, e a sua imagem é reproduzida para ser enviada às repartições municipais. Mas, em Araçatuba (SP), desta vez será diferente.

O prefeito Lucas Zanatta (PL), que assumiu a gestão do município em 1º de janeiro, não quer a sua imagem estampada nas paredes das secretarias e demais órgãos públicos da estrutura administrativa municipal.

Ele não quer ver sua fotografia nas paredes, como se estivesse “vigiando” o trabalho dos servidores públicos.

Para o prefeito araçatubense, isso soa como coisa de “ditador” e já antecipou que não enviará sua foto para nenhuma repartição. Até porque não há lei que o obrigue a fazê-lo.

No site da Prefeitura (www.aracatuba.sp.gov.br), onde há a divulgação de toda a sua equipe de governo, Zanatta aparece em uma pequena foto e um minucurrículo. O que, para ele, parece ser suficiente.

Galeria

O prefeito de Araçatuba só não abrirá mão de estar na galeria de prefeitos, mas isso é algo a se pensar somente em 2028, quando se encerra o seu primeiro mandato.

No caso da galeria, todos os ex-prefeitos têm suas fotografias afixadas na parede, uma forma de preservar a memória da cidade.

Em Araçatuba, há fotos desde o primeiro prefeito, coronel Joaquim Pompeu de Toledo, até os dois últimos que antecederam Zanatta: Cido Sério e Dilador Borges. Um total de 34 prefeitos. Zanatta, portanto, é o 35º.

Promoção

Embora a exposição de fotografias de governantes seja uma prática reiterada e já tradicional nas diferentes esferas da administração pública, em alguns estados brasileiros o Ministério Público tem agido para acabar com a tradição.

Em Goiás, por exemplo, o MP ajuizou uma ação civil pública em desfavor do estado, com pedido de retirada das fotografias em todo o território goiano, no ano de 2018. A alegação é que trata-se de uma promoção ostensiva de agentes políticos.

De início, ação foi acatada pela Justiça, mas, posteriormente, a decisão acabou derrubada, com entendimento de que a prática não implica em promoção pessoal e tem apenas caráter histórico.

Vira e mexe, no entanto, o assunto volta a ser debatido na esfera judicial, em diferentes estados da federação.

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