O pintor Elvis Ferreira Torrete foi condenado a 11 anos, 5 meses e 22 dias de reclusão, por tentar matar a ex-companheira a facadas. Ele foi julgado pelo Tribunal do Júri de Araçatuba, nessa quinta-feira (24), no Fórum Estadual local. O julgamento durou cerca de oito horas.
Torrete, que já estava preso, vai cumprir a pena em regime fechado, conforme decisão do juiz presidente Anderson de Oliveira Silva. O réu foi condenado, ainda, a 18 dias-multa, na proporção de 1/30 salário mínimo vigente à época dos fatos, em agosto de 2022.
O 12º promotor de Justiça de Araçatuba, Adelmo Pinho, responsável pela denúncia do réu, não vai recorrer da decisão.
Os jurados reconheceram que o crime foi praticado contra a mulher por razões da condição do sexo feminino, em virtude de violência doméstica e familiar ou menosprezo ou discriminação à condição de mulher.
Eles também concordaram que o crime só não se consumou, porque a vítima gritou e o agressor fugiu, além de os golpes não terem atingido a mulher em região letal, tendo ela se defendido e recebido pronto atendimento médico.
A tese de que o crime foi praticado por meio cruel não foi acatada pelo júri, mas os jurados acolheram o argumento de que a tentativa de feminicídio foi praticada mediante recurso que dificultou ou impossibilitou a defesa da vítima.
O CRIME
O crime ocorreu no dia 16 de agosto de 2022. Inconformado com o término do relacionamento de nove meses com a vítima, Torrete passsou a ameaçá-la, chegando a invadir sua residência algumas vezes. À época do crime, o casal estava separao havia três meses.
Na madrugada daquele 16 de agosto, ele foi novamente à casa da ex-companheira, no bairro São José, em Araçatuba, e tentou matá-la com golpes de faca. A mulher foi atingida nos seios, pescoço, ombro esquerdo e abdome.
A Polícia Militar, acionada pela própria vítima, chegou ao local dos fatos e encontrou o acusado nas proximidades, prendendo-o em flagrante. Desde então, o réu permaneceu preso, à espera do julgamento.
DEFESA
À Justiça, o réu disse que estava bêbado e drogado no dia do crime e que estava apenas com uma faca.
Em sua defesa, disse que a vítima é que teria ido para cima dele e que sua intenção era apenas assustá-la, quando desferiu o primeiro golpe.
Ele afirmou, ainda que não se lembrava de quantos golpes havia dado na ex-companheira.
Torrete foi defendido pelos advogados José Ricardo Soler dos Santos, Paulo Rigomonte e Filipe Kenzo, cujas teses foram a desclassifição e afastamento das qualificadoras.