A farmacêutica e técnica de enfermagem Marli Pacheco Bezerra, 44 anos, é a primeira mulher a presidir a Câmara Municipal de Santo Antônio do Aracanguá (SP), em 32 anos de história. Ela foi eleita presidente do Legislativo para o biênio 2025-2-2026, em sessão realizada no dia 1º de janeiro, por seis votos a nove.
A vereadora, que está em seu primeiro mandato, é filiada ao PDT (Partido Democrático Trabalhista) e foi eleita com 285 votos, 112 a mais do que os obtidos em 2020, ano em que concorreu pela primeira vez a uma vaga na Câmara de Aracanguá, mas não conseguiu se eleger.
A decisão de participar da disputa pela presidência ocorreu durante a sessão de posse dos vereadores, prefeito e vice.
“Um colega se aproximou e disse: ‘Você é a única mulher eleita para a próxima Legislatura e Aracanguá nunca teve uma mulher presidente da Câmara’. Neste momento, decidi colocar meu nome à disposição e acabei eleita”, contou.
A vereadora do PDT será responsável por administrar um orçamento anual de R$ 2,8 milhões, referentes ao duodécimo da Câmara, e quatro funcionários. “O fato de ser presidente, hoje, me dá uma responsabilidade a mais, de juntar o grupo e dar um respaldo para todosos vereadores”, afirmou.
Câmara Mirim
Um de seus projetos como presidente é a implantação do projeto Câmara Mirim, para ensinar às crianças o que é a política e motivá-las a eleger o prefeito, vice e os vereadores mirins. A ideia foi uma sugestão do também vereador de Aracanguá Rafael Jardim (PV).
Já como vereadora, pretende atuar na causa autista e dar assistências às mães atípicas. para isso, segundo ela, vai buscar parceria com a deputada estadual Analice Fernandes (PSDB), com o objetivo de conseguir uma emenda e recursos necessários para a instalação de um núcleo de autismo na cidade, com profissionais como terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo e psicólogo.
Carreira na saúde e política
Casada e com dois filhos, Marli é funcionária pública municipal em Aracanguá. Trabalha como auxiliar de enfermagem na única UBS (Unidade Básica de Saúde) do muncípio, há 18 anos, apesar de possuir formação em técnica de enfermagem e farmácia e bioquímica.
Até agosto do ano passado, ela também trabalhava como farmacèutica no Pronto-Socorro Municipal Aida Vanzo Dolce, em Araçatuba (SP), mas pediu demissão para se dedicar à campanha política.
A vereadora e presidente da Câmara pretende conciliar o trabalho com a vida pública. “Foi a saúde que me levou até a Câmara. Temos um trabalho social e acho que conseguirei conciliar porque trabalho em turno de 12 horas por 36”, afirmou. Se ficar apertado, segundo ela, a opção será se dedicar à presidência da Câmara.