Uma paciente de Araçatuba, de 62 anos, registrou boletim de ocorrência após ser submetida a uma cirurgia de hérnia realizada, segundo a denúncia, em local distinto do indicado por exames. O procedimento ocorreu em 8 de abril de 2025 na Santa Casa de Auriflama, unidade para a qual a paciente foi encaminhada por meio do convênio intermunicipal de saúde.
Conforme o BO registrado na Delegacia de Polícia de Auriflama, a paciente foi submetida à cirurgia com diagnóstico de hérnia umbilical. O procedimento foi conduzido por um médico credenciado e, após a anestesia, ela percebeu que a operação havia sido realizada abaixo do umbigo, enquanto a hérnia localizava-se acima, conforme apontavam os exames de imagem realizados anteriormente.
Ainda de acordo com o registro, a paciente retornou ao hospital no dia seguinte, 9 de abril, e questionou o profissional responsável. O médico teria explicado que optou por operar o local onde identificou uma pequena hérnia durante o procedimento, embora essa não estivesse descrita nos exames prévios.
Diante da situação, a paciente procurou novamente a Secretaria de Saúde, que recomendou o registro formal do ocorrido. O caso foi registrado como fato não criminal e deve ser analisado para eventuais medidas administrativas ou médicas cabíveis.
Parecer do médico
Em resposta ao Radar 18, o médico responsável pela cirurgia afirmou que o procedimento foi realizado corretamente conforme o diagnóstico físico pré-operatório. Segundo ele, a paciente foi submetida a uma herniorrafia umbilical (cirurgia para tratar hérnia), conforme constava no encaminhamento oficial. Ele também afirmou que a paciente apresenta fragilidade da parede abdominal acima do umbigo — possivelmente consequência de uma cirurgia bariátrica anterior — o que teria causado confusão visual quanto ao local da intervenção.
O médico destacou que o procedimento realizado foi indicado para tratar defeitos estruturais que causam dor ou desconforto, e não para fins estéticos, o que não é coberto pelo convênio intermunicipal. A insatisfação relatada, segundo ele, estaria relacionada ao aspecto visual da região supraumbilical, que não foi alterado, uma vez que não fazia parte da intervenção autorizada.
Por fim, o cirurgião sugeriu que, caso permaneçam dúvidas quanto à realização do procedimento, a paciente pode realizar uma ultrassonografia pós-operatória para comprovação dos resultados.