O Pronto-Socorro Municipal de Araçatuba (SP) registrou aumento dos casos de doenças como gripe, pneumonia ou bronquiolite. O cenário é reflexo dos sintomas respiratórios, situação semelhante a várias cidades do País. A Secretaria Municipal de Saúde alerta para os cuidados sanitários necessários.
O número de pacientes que procuram a unidade de urgência e emergência cresceu 77% em abril, em relação a janeiro. No primeiro mês deste ano foram 1.640 atendimentos para doenças respiratórias, sendo 1.460 adultos e 180 crianças. Em abril, foram 2.907 atendimentos (2.240 adultos e 667 crianças).
Em fevereiro, o PS fez 1.931 acolhimentos (1.591 adultos e 340 crianças) e, a partir de março, a demanda cresceu consideravelmente, chegando a um total de 2.500 atendimentos (1.960 adultos e 540 crianças). Nos primeiros quatro dias deste mês foram 531 atendimentos, sendo 407 adultos e 107 pediátricos.
Transferências
Até o dia 5 de maio foram realizadas 232 transferências de crianças com sintomas respiratórios para enfermarias e Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) neonatal de Araçatuba e outras cidades. Foram 19 transferências em janeiro, 29 em fevereiro, 50 em março, 111 em abril e 23 neste mês.
O aumento de casos vem sendo registrado também nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) do município. Em março, 837 pacientes foram atendidos com sintomas gripais. Já em abril o número saltou para 1.374 acolhimentos.
Enfrentamento
A Prefeitura de Araçatuba, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, tem adotado estratégias para o enfrentamento dos casos respiratórios, como a parceria firmada com o UniSalesiano para ampliação de 10 leitos na UTI neonatal da Santa Casa do município. A reforma no local está em andamento.
A pedido do Departamento Regional de Saúde (DRS 2), a Prefeitura vai assumir por 30 dias os custos de 10 leitos da pediatria do hospital, no valor de R$ 450 mil, conforme anunciado na semana passada. Os trâmites internos para a destinação da verba à Santa Casa estão em andamento.
Organização interna
O Pronto-Socorro também fez uma organização interna e transformou uma enfermaria para administração de medicações rápidas em uma ala de isolamento pediátrico. O espaço conta com dez berços para acomodar as crianças durante o tratamento e dez poltronas para os acompanhantes.
O secretário municipal de Saúde, Daniel Martins Ferreira Júnior, reforça que a prevenção continua sendo fundamental. “Estamos também intensificando a imunização contra a gripe, que está muito baixa entre os grupos prioritários. É importante que a população se cuide e mantenha a vacinação em dia, para evitar que a situação piore”, afirmou.
Fatores
Conforme a médica infectologista da Secretaria de Saúde, Heloysa Liberatori Gimaiel, as variações climáticas e oscilações de temperaturas ajudaram no aumento da transmissão de doenças respiratórias. A baixa procura pela vacinação é outro fator que está influenciando na gravidade dos infectados.
Ela explicou que o período sazonal das infecções virais respiratórias é entre maio e julho, mas que houve uma antecipação dos casos de forma atípica. Os vírus de maior potencial de gravidade são a influenza, coronavírus e, principalmente, sincicial respiratório, que afeta mais crianças menores de dois anos.
“Precauções necessárias devem ser adotadas, como evitar ambientes de aglomeração e baixa circulação de ar, proceder com a higienização das mãos de forma recorrente, manter a vacinação atualizada, e buscar atendimento de saúde quando houver sintomas gripais”, orientou Heloysa.